Histórico do programa

A Universidade Federal de Mato Grosso foi criada há mais de 35 anos e tem mantido como uma de suas prioridades a geração de conhecimento sobre o Estado de Mato Grosso e sobre os grandes ecossistemas que o compõem, ou seja, o Pantanal, o Cerrado e a Floresta Tropical Úmida. Após esse um quarto de século, constata-se a falta de um dispositivo de capacitação profissional a nível de mestrado e doutorado na área de ciências naturais na instituição. Isso tem feito com que a capacitação no Instituto de Física (IF) tenha se efetivado, ao longo desses anos, sem um delineamento global, ou seja, o docente normalmente tem se capacitado desenvolvendo tese e dissertação com temática escolhida segundo o seu próprio critério.

Ademais, a falta de programa de pós-graduação sobre os aspectos físicos do meio ambiente implica numa lacuna na produção de profissionais com formação genuinamente local. Os mestres e doutores formados em outros estados não estão plenamente capacitados a desenvolver problemáticas de pesquisas realmente adaptadas as necessidades do Mato Grosso e mais especificamente às problemáticas ambientais deste estado em relação à modificação do uso do solo nos três grandes ecossistema presentes. Isto se deve ao fato que os orientadores dos mestres e doutores de Mato Grosso, não vivem essas problemáticas no seu cotidiano, tendo uma visão parcial destas.

Mesmo contando hoje com uma proporção de doutores maior que os outros institutos da UFMT, o IF, devido à característica de atuação multidisciplinar apontada acima, é um dos únicos institutos da instituição que não tem implantado cursos de pós-graduação stricto sensu. As pesquisas mais relevantes desses doutores estão ligadas aos programas de pós-graduação de outros institutos e faculdades e isso faz com que a ênfase das pesquisas e das teses orientadas sejam delimitadas às linhas de pesquisa desses programas. Existe assim uma lacuna a ser preenchida no que se refere à produção de teses e dissertações com um aprofundamento nas áreas de ciências naturais.

Tentativas de se aglutinar pesquisadores em torno de uma temática visando a criação de um mestrado não lograram êxito, ao longo desses anos, justamente devido à grande dispersão das especialidades de tais profissionais. Entretanto, apesar dessa dificuldade, alguns grupos se formaram no período e conseguiram obter a aprovação, junto a agências financiadoras, de importantes projetos dentro do contexto regional. Esse feito foi repetido por alguns pesquisadores individualmente. Contudo, a aprovação de tais projetos é um fato relativamente recente dentro do Instituto, tendo ocorrido principalmente nos últimos sete anos. Os equipamentos e facilidades disponibilizadas por meio desses projetos envolvem, entre outros, aparelhos de análise de materiais e substâncias (tais como RMN e infra-vermelho), anemômetros, radiômetros, sensores de CO2, sensores de fotossíntese, medidores de condutividade elétrica, veículos para trabalhos de campo, sensores gravimétricos, estações de trabalho, além de dezenas de microcomputadores e outros equipamentos de menor porte.

De certa forma, espontaneamente, a maioria dos projetos apresentam como temática o estudo do meio-ambiente. Esse fato se alia a uma certa tradição da Universidade Federal de Mato Grosso nessa área, uma vez que outros programas stricto sensu de outros institutos, como o de "Ecologia e Conservação da Biodiversidade" e o de "Agricultura Tropical" abordam o tema. Contudo, o foco desses programas não está voltado ao estudo dos aspectos físicos do meio-ambiente, nem a sua transformação ao longo do tempo.
Conforme é bastante conhecido, no entanto, no Estado de Mato Grosso está havendo uma intervenção humana sobre o meio-ambiente particularmente intensa desde há poucas décadas, caracterizada pela remoção dos ecossistemas originais para dar lugar à agricultura e à pastagem, além da exploração extensiva da madeira nativa. Também é conhecido que a ocupação humana no estado tem ocorrido sem uma política que tenha como base estudos de caráter científico sobre o impacto da ação antrópica sobre os ecossistemas.

Assim sendo, existe a necessidade de se promover ações no sentido de se aprimorar o conhecimento sobre os aspectos físicos (físico-químicos, biofísicos e geofísicos) do meio-ambiente, bem como sobre os impactos que a ocupação não planejada tem exercido sobre os ecossistemas e os correspondentes reflexos sobre a questão das mudanças climáticas globais.Tal conhecimento pode levar não somente a uma melhor compreensão do funcionamento dos ecossistemas, mas também a estabelecer condições para a definição de políticas públicas melhor dimensionadas dentro de uma perspectiva de um aproveitamento mais racional dos recursos naturais da região.

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